No Brasil, os Dias Nacionais de Vacinação (DNV) são realizados duas vezes ao ano para manter a eliminação da poliomielite e prover a vacinação de rotina para crianças menores de cinco anos. Poucos estudos examinam fatores associados à participação das crianças brasileiras nos Dias Nacionais de Vacinação ou a contribuição desses dias de vacinação para a cobertura com as vacinas recomendadas. MÉTODOS: Inquérito domiciliar com amostragem por conglomerados realizado nas 26 capitais e no Distrito Federal. Foram estudadas as datas de aplicação das vacinas, verificando-se a participação das crianças entre 19 e 35 meses de idade no DNV mais recente, ou o motivo alegado para não fazê-lo. Os dados obtidos foram cotejados com dados administrativos. RESULTADOS: Das 17.749 crianças incluídas no inquérito, 16.213 (91%) participaram no último DNV. Crianças que receberam vacinas no setor privado tiveram menor participação (84%) no DNV. Em 13 capitais, as estimativas de cobertura baseadas no número de doses aplicadas foram superiores às do inquérito. Entre as crianças que não participaram no último DNV, os principais motivos de não participação foram decisão dos pais, orientação médica, a criança estar doente e fatores associados com a organização do DNV. No total, 15% das crianças incluídas receberam pelo menos uma dose de vacina além da vacina oral contra poliomielite no último DNV, incluindo vacinas contra febre amarela, hepatite B, tríplice viral (sarampo-rubéola-caxumba) e difteria-tétano-pertussis-Haemophilus influenzae tipo b. CONCLUSÕES: Nas capitais brasileiras, os dias nacionais de vacinação continuam tendo altos níveis de participação da população e oferecem oportunidades para recuperação da cobertura vacinal. Os motivos para não comparecer aos DNV evidenciam a necessidade de se estudar estratégias diferenciadas de comunicação para incorporação destas crianças.

In Brazil, National Immunization Days (NIDs) are held twice a year to maintain the elimination of poliomyelitis and to provide routine immunization for children younger than five years of age. Few studies have examined factors associated with participation in National Immunization Days among Brazilian children, or the contribution of immunization days to the coverage of recommended vaccines. METHODS: We conducted a household cluster survey in 26 state capitals and the Federal District among children aged 19 to 35 months. Vaccination histories, including dates of vaccination, participation in the most recent NID or reasons for non-participation were obtained. Survey estimates were compared with official estimates based on doses administered. RESULTS: Among the 17,749 children surveyed, 16,213 (91%) participated in the most recent NID. Children who received vaccination in the private sector had the lowest participation (84%) in NIDs. In 13 capitals, official coverage estimates were higher than those from the survey. The main reasons given for non-participation the most recent NID included parent's decision not to participate, doctor's advice, child's illness, and factors associated with the organization of the NID. Overall, 15% of the children surveyed had received at least one immunization in addition to oral polio vaccine in the most recent NID, including yellow fever, hepatitis B, measles-mumps-rubella (MMR) and combined diphtheria-tetanus-pertussis-Haemophilus influenzae type b vaccines. CONCLUSIONS: In Brazilian capitals, National Immunization Days continue to enjoy high levels of acceptance by the population and offer opportunities to complete recommended immunization schedules. Reasons for non-participation suggest the need for different communication strategies to reach parents who do not bring their children for vaccination on NIDs.

No Brasil, os Dias Nacionais de Vacinação (DNV) são realizados duas vezes ao ano para manter a eliminação da poliomielite e prover a vacinação de rotina para crianças menores de cinco anos. Poucos estudos examinam fatores associados à participação das crianças brasileiras nos Dias Nacionais de Vacinação ou a contribuição desses dias de vacinação para a cobertura com as vacinas recomendadas. MÉTODOS: Inquérito domiciliar com amostragem por conglomerados realizado nas 26 capitais e no Distrito Federal. Foram estudadas as datas de aplicação das vacinas, verificando-se a participação das crianças entre 19 e 35 meses de idade no DNV mais recente, ou o motivo alegado para não fazê-lo. Os dados obtidos foram cotejados com dados administrativos. RESULTADOS: Das 17.749 crianças incluídas no inquérito, 16.213 (91%) participaram no último DNV. Crianças que receberam vacinas no setor privado tiveram menor participação (84%) no DNV. Em 13 capitais, as estimativas de cobertura baseadas no número de doses aplicadas foram superiores às do inquérito. Entre as crianças que não participaram no último DNV, os principais motivos de não participação foram decisão dos pais, orientação médica, a criança estar doente e fatores associados com a organização do DNV. No total, 15% das crianças incluídas receberam pelo menos uma dose de vacina além da vacina oral contra poliomielite no último DNV, incluindo vacinas contra febre amarela, hepatite B, tríplice viral (sarampo-rubéola-caxumba) e difteria-tétano-pertussis-Haemophilus influenzae tipo b. CONCLUSÕES: Nas capitais brasileiras, os dias nacionais de vacinação continuam tendo altos níveis de participação da população e oferecem oportunidades para recuperação da cobertura vacinal. Os motivos para não comparecer aos DNV evidenciam a necessidade de se estudar estratégias diferenciadas de comunicação para incorporação destas crianças.

In Brazil, National Immunization Days (NIDs) are held twice a year to maintain the elimination of poliomyelitis and to provide routine immunization for children younger than five years of age. Few studies have examined factors associated with participation in National Immunization Days among Brazilian children, or the contribution of immunization days to the coverage of recommended vaccines. METHODS: We conducted a household cluster survey in 26 state capitals and the Federal District among children aged 19 to 35 months. Vaccination histories, including dates of vaccination, participation in the most recent NID or reasons for non-participation were obtained. Survey estimates were compared with official estimates based on doses administered. RESULTS: Among the 17,749 children surveyed, 16,213 (91%) participated in the most recent NID. Children who received vaccination in the private sector had the lowest participation (84%) in NIDs. In 13 capitals, official coverage estimates were higher than those from the survey. The main reasons given for non-participation the most recent NID included parent's decision not to participate, doctor's advice, child's illness, and factors associated with the organization of the NID. Overall, 15% of the children surveyed had received at least one immunization in addition to oral polio vaccine in the most recent NID, including yellow fever, hepatitis B, measles-mumps-rubella (MMR) and combined diphtheria-tetanus-pertussis-Haemophilus influenzae type b vaccines. CONCLUSIONS: In Brazilian capitals, National Immunization Days continue to enjoy high levels of acceptance by the population and offer opportunities to complete recommended immunization schedules. Reasons for non-participation suggest the need for different communication strategies to reach parents who do not bring their children for vaccination on NIDs.

OBJECTIVES: Widespread use of Haemophilus influenzae type b (Hib) vaccines has dramatically reduced the burden of Hib disease throughout the Americas. Few studies have evaluated the impact of Hib vaccination on non-culture-confirmed disease. This study analyzed trends in probable bacterial meningitis before and after the introduction of Hib vaccine in the Dominican Republic and estimated vaccine effectiveness against Hib meningitis. METHODS: Meningitis cases among children < 5 years of age were identified from admission records of the main pediatric hospital in Santo Domingo during 1998-2004. Laboratory criteria were used to classify meningitis cases with probable bacterial etiology; confirmed cases had positive bacterial culture or antigen detection in cerebrospinal fluid. Cumulative incidence rates of confirmed and probable bacterial meningitis were calculated for children living in the National District. Confirmed cases of Hib meningitis were enrolled in a case-control study with age- and neighborhood-matched control children to calculate vaccine effectiveness. RESULTS: Before vaccine introduction, annual rates of meningitis with probable bacterial etiology were 49 cases per 100 000 children < 5 years old; Hib accounted for 60% of confirmed bacterial cases. During 2002-2004, after vaccine introduction, annual rates of probable bacterial meningitis were 65% lower at 16 cases per 100 000, and Hib accounted for 26% of confirmed cases. Rates of Hib meningitis and probable bacterial meningitis with no determined etiology declined by 13 and 17 cases per 100 000, respectively. CONCLUSIONS: Introduction of Hib vaccine substantially reduced the incidence of confirmed and probable bacterial meningitis in the Dominican Republic. The estimated impact of Hib vaccination was twice as great when non-culture-confirmed disease was included.

OBJETIVOS: El uso generalizado de la vacuna contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib) ha permitido reducir radicalmente la carga de enfermedad por Hib en las Américas. Pocos estudios han evaluado el impacto de la vacunación contra Hib sobre los casos no confirmados mediante cultivo. En este estudio se analizaron las tendencias en el número de casos probables de meningitis bacteriana antes y después de la introducción de la vacuna contra Hib en la República Dominicana y se estimó la eficacia de la vacuna contra la meningitis. MÉTODOS: Se identificaron los casos de meningitis en niños menores de 5 años a partir de los registros de ingreso del principal hospital pediátrico de Santo Domingo entre 1998 y 2004. Los casos de meningitis con probable etiología bacteriana se clasificaron según criterios de laboratorio; los casos confirmados contaban con cultivo bacteriano positivo o detección de antígenos específicos en el líquido cefalorraquídeo. Se calcularon las tasas de incidencia acumulada de casos confirmados y probables de meningitis en los niños que vivían en el Distrito Nacional. Los casos confirmados de meningitis por Hib se incorporaron a un estudio de casos y controles -pareados según la edad y el barrio de residencia- para calcular la eficacia de la vacuna. RESULTADOS: Antes de la introducción de la vacuna, la tasa anual de meningitis de posible etiología bacteriana era de 49 casos por 100 000 niños menores de 5 años; de los casos confirmados de origen bacteriano, 60% fue por Hib. En el período 2002-2004, después de la introducción de la vacuna, la tasa anual de meningitis de posible etiología bacteriana fue de 16 casos por 100 000, es decir 65% más baja, y 26% de los casos confirmados correspondieron a Hib. Las tasas de meningitis por Hib y de posible origen bacteriano de etiología desconocida se redujeron en 13 y 17 casos por 100 000, respectivamente. CONCLUSIONES: La introducción de la vacuna contra Hib redujo sustancialmente la incidencia de casos de meningitis confirmados y probables en la República Dominicana. El impacto estimado de la vacunación contra Hib fue dos veces mayor cuando se consideraron los casos no confirmados mediante cultivo.

OBJECTIVE: To analyse trends in reported invasive Haemophilus influenzae disease in South Africa within the first five years of introduction of conjugate Haemophilus influenzae type b (Hib) vaccine in the routine child immunization schedule. METHODS: We used national laboratory-based surveillance data to identify cases of invasive H. influenzae disease between July 1999 and June 2004, and submitted isolates for serotyping and antimicrobial susceptibility testing. FINDINGS: The absolute number of Hib cases (reported to the national surveillance system) among children below one year of age decreased by 65%, from 55 cases in 1999-2000 to 19 cases in 2003-04. Enhanced surveillance initiated in 2003, identified human immunodeficiency virus (HIV)-infection and incomplete vaccination as contributing factors for Hib transmission. The total number of laboratory-confirmed cases of H. influenzae remained unchanged because non-type b disease was being increasingly reported to the surveillance system concomitant with system enhancements. Children with non-typable disease were more likely to be HIV-positive (32 of 34, 94%) than children with Hib disease (10 of 14, 71%), P = 0.051. Recent Hib isolates were more likely to be multidrug resistant (2% in 1999-2000 versus 19% in 2003-04, P = 0.001). CONCLUSION: Data from a newly established national laboratory-based surveillance system showed a decrease in Hib disease burden among South African children following conjugate vaccine introduction and identified cases of non-typable disease associated with HIV infection.

OBJETIVO: Analizar las tendencias de los casos notificados de enfermedad invasiva por Haemophilus influenzae en Sudáfrica durante los cinco primeros años de utilización de la vacuna conjugada contra Haemophilus influenzae tipo b (anti-Hib) en el calendario de vacunación infantil sistemática. MÉTODOS: Usamos los datos de vigilancia obtenidos por el laboratorio nacional para identificar los casos de enfermedad invasiva por H. influenzae registrados entre julio de 1999 y junio de 2004, así como las cepas aisladas enviadas para serotipificación y análisis de la sensibilidad a los antimicrobianos. RESULTADOS: La cifra absoluta de casos de infección por Hib (notificados al sistema de vigilancia nacional) entre los niños menores de un año se redujo en un 65%, de 55 casos en 1999- 2000 a 19 casos en 2003-2004. La vigilancia mejorada iniciada en 2003 identificó la infección por el virus de la inmunodeficiencia humana (VIH) y la vacunación incompleta como factores contribuyentes a la transmisión de Hib. El número total de casos de infección por H. influenzae confirmados en laboratorio se mantuvo inalterado debido a que la enfermedad de tipo no b se notificó con creciente frecuencia al sistema de vigilancia como consecuencia de la mejora del sistema. Los niños con enfermedad no tipificable tenían más probabilidades de ser VIH-positivos (32 de 34; 94%) que los niños con enfermedad por Hib (10 de 14; 71%), P = 0,051, y los aislados recientes de Hib tenían más probabilidades de ser multirresistentes (2% en 1999-2000, frente al 19% de 2003-2004, P = 0,001). CONCLUSIONES: Los datos de un nuevo sistema nacional de vigilancia basado en el laboratorio mostraron una disminución de la carga de morbilidad por Hib entre los niños sudafricanos tras la introducción de vacunas conjugadas e identificaron casos de enfermedad no tipificable asociada a la infección por VIH.

OBJECTIF: Analyser les tendances observées dans les infections invasives à Haemophilus influenzae en Afrique du Sud pendant les cinq premières années suivant l'introduction du vaccin conjugué anti-Haemophilus influenzae type b (Hib) dans le calendrier de vaccination systématique de l'enfant. MÉTHODES: On a utilisé les données de la surveillance nationale au laboratoire pour définir les cas d'infection invasive à H. influenzae entre juillet 1999 et juin 2004 et soumis des isolements au sérotypage et à des épreuves de sensibilité aux antimicrobiens. RÉSULTATS: Le nombre absolu de cas d'infection à Hib (notifiés au système de surveillance national) chez l'enfant de moins d'un an a diminué de 65 %, passant de 55 en 1999-2000 à 19 en 2003-2004. Le renforcement de la surveillance commencé en 2003 a permis de constater que l'infection par le virus de l'immunodéficience humaine (VIH) et la vaccination incomplète constituaient des facteurs contribuant à la transmission du Hib. Le nombre total de cas d'infection à H. influenzae confirmés au laboratoire est resté inchangé, les infections n'appartenant pas au type b étant de plus en plus notifiées au système de surveillance à mesure que celui-ci devenait plus performant. Les enfants touchés par une infection à Haemophilus de type impossible à déterminer étaient plus souvent VIH-positifs (32 sur 34, 94 %) que les enfants infectés par Hib (10 sur 14, 71 %, p = 0,051). On a également observé une probabilité plus grande de multirésistance dans les isolements récents de Hib (2 % en 1999-2000 contre 19 % en 2003-2004, p = 0,001). CONCLUSION: Les données issues d'un système national de surveillance au laboratoire récemment mis en place ont fait apparaître une diminution de la charge de morbidité due à Hib chez les enfants sud-africains à la suite de l'introduction du vaccin conjugué et permis d'identifier des infections à Haemophilus dont le type était impossible à déterminer, associées à l'infection par le VIH.